30 de dezembro de 2009

O CORAÇÃO DA HUMANIDADE

Nossos corações parecem estar muito longe do de Jesus. Ele é puro; nós somos cobiçosos. Ele é pacífico; nós somos veementes. Ele é cheio de propósitos; nós nos distraímos. Ele é agradável; nós somos rebeldes. Ele é espiritual; nós nos apegamos a esta terra. A distância entre nossos corações e o dEle parece ser imensa. Como poderemos sequer pensar em ter o coração de Jesus?
Preparado para uma surpresa? Já o tem. Você já tem o coração de Cristo. Por que está me olhando assim? Acha que eu brincaria assim neste assunto? Se você está em Cristo, então já tem o coração de Cristo. Uma das promessas supremas, e da qual nos apercebemos, é simplesmente esta: se você entregou sua vida a Jesus, Jesus se deu a si mesmo. Fez do seu coração a sua morada. Seria difícil dizer isso de uma forma mais concisa do que Paulo: "Cristo vive em mim" (Gl 2:20, ACF).
Mesmo correndo o risco de ser repetitivo, me permita voltar a dizer: se você já entregou sua vida a Jesus, Ele mesmo se deu a você. Mudou-se para sua vida, desempacotou sua bagagem e está pronto para mudá-lo "de glória em glória na mesma imagem" (2 Co 3:18, ACF). Embora pareça estranho, os que cremos em Cristo na verdade temos dentro de nós uma porção dos mesmos pensamentos e mente de Cristo (veja 1 Coríntios 2:16).
Estranho é a palavra. Se tenho a mente de Jesus, por que ainda penso tanto como eu? Se tenho o coração de Jesus, por que ainda tenho as manhas de Max? Se Jesus mora em mim, por que ainda detesto os engarrafamentos de trânsito?
Parte da resposta está ilustrada na história de uma senhora que tinha uma casinha perto de uma praia na Irlanda, no princípio do século. Era bem acomodada, porém também muito frugal. Por isso as pessoas se surpreenderam quando decidiu ser uma das primeiras a ter eletricidade em sua casa.
Várias semanas depois da instalação, um funcionário chegou à sua porta para ler o medidor. Perguntou-lhe se a eletricidade estava funcionando bem, e ela assegurou-lhe que sim.
— Poderia me explicar uma coisa? — disse o homem —. Seu medidor indica que não usou quase nada de eletricidade. Você está usando-a?
— Mas é claro — respondeu ela — Todas as noites, ao pôr-do-sol, ligo as luzes enquanto acendo as velas; depois as desligo.
Tinha instalado a eletricidade, mas não a utilizava. Sua casa tinha as instalações, mas não havia acontecido nenhuma mudança. Nós não cometemos o mesmo erro? Nós também, com nossas almas salvas mas com corações sem mudança, estamos conectados, mas sem alteração alguma. Confiamos em Cristo para a salvação, mas resistimos à transformação. Ocasionalmente ligamos o interruptor, mas na maior parte do tempo nos conformamos com as trevas.
Que aconteceria se deixássemos a luz acessa? Que aconteceria se não só ligássemos o interruptor, mas que vivêssemos na luz? Que mudanças sucederiam se nos dedicássemos a viver sob o brilho de Cristo?
Na há dúvidas a respeito: Deus tem um plano ambicioso para nós. O mesmo que salvou sua alma deseja refazer seu coração. Seu plano é nada menos que uma transformação total: Paulo diz que desde o princípio Deus decidiu moldar as vidas dos que o amam, de acordo com a forma de seu Filho (veja Romanos 8:29).
Você se revestiu "do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou" (Colossenses 3:10, ACF).
Deus está disposto a mudar-nos à semelhança do Salvador. Aceitaremos sua oferta? Eu sugiro o seguinte: Vamos imaginar o que significa ser como Jesus. Examinar atentamente o coração de Cristo. Passar alguns capítulos considerando sua compaixão, refletindo sobre sua intimidade com o Pai, admirando seu enfoque, meditando sobre sua resistência. Como Ele perdoou? Quando orou? O que o tornava tão agradável? Por que não desistiu? Fitemos "os olhos em Jesus" (Hb 12:2, PJFA). Talvez ao fitá-lo, vejamos o que podemos chegar a ser.

Nenhum comentário:

Postar um comentário